Archive for novembro 2011

11/29/2011 20

Inspiração

By Almi Junior



Era de manhã
E o Sol ainda envergonhava-se
De entrar no quarto pequeno
Ainda sob efeito do veneno
Que vinha da sua pele
Pelo ar
Minha vontade a voar
Em uma brisa
Prevista
E mesmo assim surpreende
Quem entende?

Debaixo dos lençóis de perfume
A pele dela
Branca
Como páginas virgens
Vertigens
Em uma beleza que espanca
Maravilhosa, em simplicidade
Asas da minha vontade
Ousada de tanta ingenuidade

Era de manhã
E ela não cansava de ser inspiração

11/27/2011 3

Sentimentos

By Almi Junior


Esses sentimentos que não marcam hora e saem atravessando porta adentro, como crianças mimadas, que não podem, nem querem esperar. É deles que eu falo. São eles que aparecem como fantasmas perdidos, voltando pra tirar qualquer resto de sossego que ainda me resta. É deles que eu tenho medo. Sentimentos teimosos! Que me fazem voltar atrás, mesmo quando já fiz minha escolha de ir. Quando finalmente estou convicto de ir! Mas eles trancam as portas, as janelas, trancam minha boca. Então devo me calar, devo parar de machucar quem me ama. Só abro a boca pra dizer o quanto você fica linda com o passar dos dias. Esses sentimentos... É deles que eu vou atrás.

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Esses dias

By Almi Junior

Vou caminhando
Olhando para o fim do dia
Na esperança de que
No fim
Você seja minha

Ou que pelo menos
Continuemos
Trocando nossos tatos
Tratos
Gratos

O que são fatos?
Haja visto que você
É sonho de verão,
É poesia
Deitada sobre o colchão,
Vida após a morte
Reencarnação

Talvez eu tenha
Falado muito de saudade
Esses dias...

11/26/2011 2

Chuva de você

By Almi Junior

Pés trançados
Como amores mal resolvidos
Ou desejos guardados
Em caixas de vidro

Do lado de fora
O céu assim, sorrindo
Enquanto você evapora
Sobre o meu peito, dormindo

Pra depois chover
No meu quarto antes vazio
Uma chuva de você
Onde era cama
Agora é rio

11/24/2011 0

Reflexo, reflexão

By Almi Junior

Não há reflexo
Na água dentro do copo
Mas o meu corpo
Reflete minha alma

Invoco
Um andar esquecido
na estrada

Seu riso flutua
Na calçada

Saudade,
"Solidão, que nada!"

Duas ou três
da madrugada
Meus olhos procuram
imagens no teto

Um cão esperto
Aguardando
O passar do trem
E mesmo depois
de tanto correr, cansado
Se sente maravilhosamente bem.

11/23/2011 1

Não agora

By Almi Junior

Noites imensas
Fragmentadas
Sobre segundos que disparam
Em visões intensas
Bocas caladas
Vontades que não param
Aumentam
Alimentam
Mas a fome
Nunca passa
Só seu nome
Ultrapassa
Este céu frio
Transpassa
Minha pele
Repele
Meu passado
Permaneço assim, calado
Enquanto a Lua me atravessa
E fere
Fico aqui do seu lado
Mas não quero abrir os olhos

Não agora

11/22/2011 1

C

By Almi Junior

Meu lado racional
Sempre agiu em mim
Como veneno letal
Injetado por minha mente
Em minha própria mente
Me fazendo querer
Inutilmente
Entender tudo e todos
Constantemente

E aí meu olhar percorre olhares antigos
Encontra antigos amigos

As mesmas portas
Novos rangidos
Como hoje
Quando imaginei ter visto meu tio
Que se foi de mim
Há um tempo
Como este amor que não morre
Nem deixa morrer
Nem faz sentido

Me traio novamente
Sinto novamente

Amo intensamente

A mesma pessoa
A mesma risada fácil
O mesmo desdém charmoso

Droga.

São seus olhos nas paredes?
Quantas vezes te mandei embora?

Não importa.
Sou eu que permaneço agora.

11/21/2011 1

Amanhece

By Almi Junior

Amanhece
Minha barba não cresce
Minha visão só envelhece
Agradeço cada vez menos
Aumento o número de preces
Por um lado exemplo
Por outro, refece
Mas rio
Como quem rejuvenece
A cada encontro escondido comigo mesmo
Um sonho meu permanece
Por maior que seja a dor
Rio
Como quem esquece
Como quem
Como

Esquece

11/19/2011 0

Volto

By Almi Junior

Volto
Para retirar a poeira de cima das minhas folhas
Já tão amareladas
Com cheiro de perdidas
Rasgadas
Injustamente por minhas manias

E cá pra nós
Manias que só apagam meus sorrisos fortes
Nestas folhas, emaranhado de sorriso meus,
Fortes
Como essa chuva que caiu lá fora
Agora
Criando seus pequenos rios
Levando tudo embora
Dor, tristeza, história

Só permanecem minhas folhas
Brancas ou não
Escritas ou não
E tanto faz as palavras que percorrem minha mão
São meus olhos que escrevem a partir de agora
É meu coração

Mas que os pequenos rios
Com seus barcos de papel vazios
Meus sorrisos tragam de volta

Volta
Para retirar a poeira de cima do meu peito
Ainda permaço sem palavras
Ou as tenho espalhadas
Num poema mal feito

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