Archive for maio 2013

5/23/2013 0

Metáforas do seu nome pelo caminho (dueto com Natácia Araújo)

By Almi Junior


Eu vi um sol enorme
Queimar seu nome
No asfalto do centro

Os pneus choravam a sua ilusão
E eram levemente acariciados pelo vento

A sua voz some
Ao entardecer


Eu vejo a sua imagem crescer
Nos poros da cidade



Eu vi um encontro ungido
resfriar teus versos jorrados.


E nas calçadas emudecidas,
dos teus olhos estancados de chuva,
dopar uma saudade amplificada
por tuas mãos desalinhadas...


(teu verso em terra azul gritava
as letras presas na calçada...)

Eu caí num vão
Entre o seu calor em pessoa


Espaço onde a minha frieza voa


Atrás dos seus passos
Perfurando o chão


Seu perfume impregnado nos canteiros
As flores que nascem nos bueiros
Um bar com o seu nome


Você se move na minha corrente sanguínea                             
Não existe linha reta pro teu caminho


Seu perfume no trajeto incerto
(Seu suor tem sabor de vinho)

Traduzo teus contornos com raro brilho
Inundação da tua saliva em meu verso de língua
Descubro então, o calor nas ladeiras de um beijo
Onde tuas partículas enroscam-se em meu satélite.
Teu dragão suspenso em meu desconhecido
Faz mistério nos mergulhos.
Vou-me de barco nas tuas veias apertadas
Orientando-me nos mapas dos teus ossos tomados de corte
A placa do bar grita nua,
Quer projetar asas nas tuas costas.
Nossos restos misturados como pequeninos órfãos,
Movimentam os verbos telepaticamente.

(Almi JuniorNatacia Araújo)

5/14/2013 0

(Re)partida

By Almi Junior


Um poema vem sussurrar
Ao meu ouvido
Fica bem no lugar
Do zumbido
Da sua imagem se afastando

Ouço coisas
Que geralmente saem da sua voz
E batem nos meus olhos

Senti saudade
De só olhar os lábios
Imaginá-los em câmera lenta
Escorregando meu pensamento na suavidade
Do seu hálito em menta
Seiscentos e setenta flashes
De um momento que ainda nem terminou
Estou bem ali
Vivinho
Fervendo no seu presente
E me vou
Mas não deixo seu tato sair
Da minha pele

Que fique bem claro
O clarão do seu sorriso nunca me dorme

5/02/2013 0

Rascunho olhando a janela

By Almi Junior


Venho através desta
Em linhas dispostas
Me internalizar
Fazer voz de festa
Escrever a frente das palavras
Nas costas

Aos que ainda não aprenderam a ler
Meus inversos
Eu traduzo:
Eu falo
Pelos que não têm voz
A minha voz
É pros que não podem ouvir

Eu uso das palavras
Pra soltar aves que somem do olho
Pra libertar identidades que precisam nadar nas funduras

É pra vozificar o espírito

Estou começando a delirar?
Estou começando a assustar?
Imagina quando eu grito.

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