Em algum poema novo
Em algum jeito de caminhar
Em um problema que não resolvo
Nem tem solução
Eu te encontro
Quando ouço falar de pedras recostadas no muro
E de flores que só florescem uma vez por ano
Essas coisas que não se ligam na realidade
Mas constroem pontes de sua lembrança
Esse é o desengano prático da sua projeção
Achar-te até onde não é lugar de achar
Quando um espaço inteiro se apodera de sua imagem
Como uma rua congelada no tempo
Os mesmos carros
As mesmas sandálias na barraquinha perto do poste
A mesma falha na calçada
A mesma rua
Eu dobro a esquina
E esbarro numa lembrança sua
Simplesmente lindo de ler e com todas as possibilidades de se fechar os olhos e sentir.
Beijos.