Virou pó e foi lançado
Sem dó
No meu chão de andanças
Os pés perdidos confusos
Os pés pelas mãos
Os dados pelos dardos
Espalhados
Unha e carne
Eu do seu
O fardo que me infarta
É seu passo virando sombra na multidão
Estas telhas que quebraram
Sem dó
Partiram meu chão
Estas sombras de teus passos
Partes, Passam
como a solidão
Vivo caindo no passado
Espalhado
Guiado só na contra-mão
Vou ao sol, à lua, aos teus abraços
Pra não lembrar,
lembrando,
Nossa união
Este ar pesadoa
Rarefeito
E o raro efeito
Que só dividimos nós
Quando dividimos dois sóis
Ao meio
Ainda em receio
Sinto a cor dos teus cabelos
Arranhar minhas paredes
Telhado de desertos
Aumenta a minha sede
Busco a água da fonte
No horizonte lá atrás
Uma sereia na ampulheta
Na cascata de areia
Seria muito fugaz?
Teus cabelos em teia
Me prendem entre teus seios
Um leve devaneio,
de uma alma em desespero
Em busca de um meio,
Uma forma,
sua forma,
De viver em paz
(Almi Junior e Paulo Alonso)