Como os galhos lá do alto
Passo descompassado no tempo errado
Me visto de vento
Tem me visto ao vento?
Pendurado pelos varais
Que circulam o mundo todo?
E amarram minhas pernas
Em algum canto desses tantos
Em prantos engarrafados de uma noite rápida
Ontem me peguei escrevendo poesia no teto
E percebi que minhas poesias
No fundo
Vão todas pro teto
Como espasmos derramados no ar
Viram vapor e grudam no teto
Ou não
Talvez fosse só eu, inquieto
Procurando lugar pra gritar
E a poesia a me guiar
Me faz versos que só eu podia ver
Me perguntaram
"Tá fazendo o quê?"
"Poesia"
Tive a prepotência
De chamar aquela deficiência minha
De poesia
Agora acho que posso sair por aí
Fazendo poesia fantasma
Versos invisíveis
Poesias autobiográficas