Os olhos fazem estrada
Para as histórias caminharem
Com calma
E deixarem seus passos
Rasos como uma manhã gelada
Profundos como um abismo na alma
Os sorrisos vão se construindo pelo caminho
Os dentes vão deixando marcas
Mordendo nosso encontro com carinho
A brancura me cega
Para que eu finalmente enxergue
E para que nada me acorde
Dos sonhos que sonho em sua boca
Nem me impeça de morar
No sabor que deixam seus passos
No meu peito
Desafio a lógica a me mudar
Desfiar a sua boca na minha
Em noite de luar
É de preceito
Mesmo quando estiver em sono
Quando não me encontrar
Entre as luzes falhas
E as migalhas de um antigo abandono
Me encontro em relevo
Nos beijos que te dou em sonho